terça-feira, 16 de abril de 2019

Viajar de forma sustentável com saúde!


A saúde do viajante pretende promover a saúde e o respeito pelas populações, culturas e ambiente das regiões que vão ser visitadas, além da prevenção de doenças e alterações de saúde no viajante internacional e nas populações locais.
Daí a importância de uma boa saúde do viajante, antes, durante e após viagem. A atualização do Plano Nacional de Vacinação, além de cumprir toda a vacinação internacional recomendada (e profilaxia se necessário) faz toda a diferença na saúde da população que vos recebe e na vossa comunidade ao regressar. Simples ações que fazem toda a diferença em relação a surtos e/ou pandemias.


Um estilo de vida sustentável, ecológico, reciclável, sem glúten, sem produtos refinados poderíamos estar aqui horas a dar opções deste género. Mas se práticas alguma dessas vertentes, também o fazes quando vais de férias?
Falo da minha experiência, tenho uma mania em relação a reciclagem e separação do lixo, mesmo que ache que não faço o suficiente. Quando andei por Bali, onde não existe consciência ambiental infelizmente, os turistas “entram nessa onda” não há caixote fazemos o que vemos.
Não existe reciclagem, nem assim tantos sítios onde deitar fora o lixo, a preocupação com o lixo no mar é pouca ou nenhuma. Por ex, quando ia a praia, toda a orla da beira-mar encontrava-se cheia de lixo, caso eu fizesse algum tipo de lixo, um lenço, uma garrafa de água, um caroço de maçã, o caixote do lixo mais próximo era sempre o do meu quarto de hotel… ir com uma expectativa de praia digna de postal e encontrar lixo a boiar no mar, destrói alguns sonhos, mas pior destrói os nossos paraísos de sonho que queremos visitar. Toda a interferência que fazemos no ambiente, tem repercussões na nossa saúde e na dos que lá vivem.

Além do óbvio, o efeito das viagens tem no meio ambiente, segundo um estudo da Universidade de Sydney no ano passado revela que as emissões de carbono associadas a viagens representa 8%, com todos os meios de transporte avião barco comboio autocarros e facilidade/acessibilidade com que se viaja, contribuem para que o turismo faça parte de ações poluentes.
Mas calma, é possível ser-se um viajante sustentável, ecológico ou “verde”, ser um viajante cujo impacto é não tao nocivo como parece. A escolha do meio de transporte pode ser o primeiro passo, os veículos automóveis são mais poluentes que o avião ou comboio (o menos poluente).

A escolha do alojamento também pode ser feita de forma sustentável, tendo-se em atenção aos padrões internacionais de melhores práticas, o impacto económico ambiental, social e local, tendo em conta como procedem em relação a resíduos, água e energia. O compromisso do alojamento em relação a comunidade local e ao emprego justo dessa comunidade podem ser outros aspetos a ter em conta.

Existe informação desta nestes sites:
https://www.rainforest-alliance.org/


No caso das visitas a monumentos ou lugares, praias, rios, lagoas, o facto dessas visitas serem consideradas “sem deixar vestígios”, ou seja sem produzir lixo solido/resíduos sólidos, isso tem um impacto ambiental significativo na redução de produção de lixo. Terem em conta a escolha de roteiros, visitas e percursos a fazer, tendo em conta a preservação ambiental e vida selvagem (fauna e flora).
Na alimentação, ao escolher alimentos locais/restaurantes locais, comprar artesanato local acaba por criar também um efeito positivo.

A ida a praia pode também influenciar o meio ambiente, não só pelo lixo, existe estudos recentes que demonstram que o uso de alguns protetores solares são bastante prejudiciais ao meio ambiente especialmente a vida marítima e aos bancos de corais.
Os governos de Havaí, México e a ilha-nação de Palau tomaram medidas face a estes conhecimentos, baniram o uso de protetores solares com oxibenzona e metoxicinamato de octilo, químicos nocivos. No entanto estas proibições impostas acabam por contribuir para as alternativas não incluem substâncias químicas nocivas, e até são mais seguras — para os humanos e para os corais, os protetores de base mineral, que recorrem a substâncias como o dióxido de titânio e óxido de zinco, são mais seguros e ecológicos que as alternativas à base de oxibenzona. Os protetores solares “sem nanopartículas” são mais seguros porque não podem ser ingeridos pelos corais.

Deixo também alguns sites de interesse sobre este assunto, uns publicam todos os anos quais os protetor solares menos nocivos, outros conseguem dizer te se o teu protetor solar é amigo do ambiente….

Aos interessados deixo também mais informação diversa sobre este tema.



Vai viajar? Leve saúde!

Celine

quarta-feira, 3 de abril de 2019

Quando o destino é a montanha!


Pedi a um querido e próximo amigo que nos falasse da sua experiência na montanha.
Vem em forma de carta com toda a informação pedida, pertinente e específica.
Deixo-vos aqui um pouco do delicioso relato de viagem do Nuno Moreira, meu amigo querido e pessoa de índole solida e a quem o companheirismo não é só uma palavra do dicionário, para que se percam nestas paisagens deslumbrantes, que parecem saídas de um sonho maravilhoso mas que existe aqui tão perto. Boa leitura.


Minha querida amiga Celine
Respondendo a tua solicitação, em relação as minhas viagens na montanha gostaria de salientar a última não só porque está mais presente na minha memória mas também porque foi bastante impactante na minha vida. 
O destino escolhido foram as montanhas Dolomitas. 



Foi escolhida por um grupo de 3 amigos, mas quanto a mim um local com muito significado não só porque é Itália, como sabes que adoro e porque também tem um sabor especial porque abrange a zona onde vivi e passei dos momentos mais importantes na minha vida.  (friule venezia Giulia - Udine). Tenho que confessar que o que mais curiosidade me despertava eram os trilhos arrojados, o desafio e a extraordinária beleza das incríveis  paisagens que expectava ver. 



Penso que um pouco de história para enquadramento será importante. 
As Dolomitas (em italiano: Dolomiti; ladinoDolomites; formam uma cadeia montanhosa dos Alpes orientais no norte da Itália. A área dolomítica (secção alpina denominada Alpes Dolomíticos) estende-se entre as províncias de Belluno - que constitui sua parte mais relevante - BolzanoTrentoÚdine e Pordenone
O "Dolomitas" provém do famoso mineralogista francês Déodat Gratet de Dolomieu, que foi o primeiro a descrever a rocha dolomita, um tipo de rocha carbonatada responsável pelas formas características e pela cor destas montanhas, que anteriormente ao século XIX eram conhecidas como "Montanhas Pálidas".





Será sempre difícil iniciar, continuar e finalizar a descrição deste percurso foi uma experiência única e inigualável. 
Começando pelo início e descrevendo a preparação desta experiência, a viagem começou com a escolha dos trilhos e respectivas marcações nos refúgios só assim se consegue abrigo para dormir, de outra forma poderás chegar e não ter espaço nos refúgios porque alguns são pequenos. A aquisição do cartão europeu de seguro de doença (pedido feito através do site da Segurança Social Direta) e consulta do viajante é sempre fundamental e primordial pelo aconselhamento importante do enfermeiro e médico que nos despertam e preparam para possíveis situações de saúde e risco e de como os poderemos ultrapassar. 




Quanto a preparação física não foi feita nenhuma em especial (apenas mantinha as aulas no ginásio), nem aclimatização (embora as variações de temperatura fossem consideráveis da noite para o dia, não foram atingidas temperaturas que o justificassem) e nem adaptação a altitude (também não foi necessário, a altitude mais elevada atingida forma os 2575 m, sendo importante referir que anteriormente já frequentei zonas com mais altitude pela minha pratica de ski - sendo que adaptação deverá ser feita a partir dos 3500 - 4000m). 
Relativamente ao material de proteção e roupa adequado sim temos de ter muita atenção na sua escolha, não só por ser o material mais adequado como o estritamente necessário uma vez que a nossa mochila vai acompanhar nos  durante todo o percurso, teremos de ser auto sustentáveis de alguma forma. 


Toda a viagem com mais ou menos percalços correu como seria expectável. 
Todos os percursos efectuados estavam de certa forma bem assinalados o que permitiu que a viagem fosse efectuada apenas com mapa físico, tendo apenas ocorrido apenas um desvio da nossa rota (perdidos literalmente no meio da montanha, esta situação um pouco mais difícil pois não tínhamos rede no telemóvel e estávamos sozinhos sem apoio de qualquer meio, o que nos fez perder quase meio dia tendo a felicidade e a sorte de termos encontrado ajuda numa dupla mãe e filha americanas que por ali passavam de bicicleta e que nos emprestaram mapas mais pormenorizados.




Relativamente aos albergues as condições materiais  não são as melhores mas não esquecer que estamos numa zona de montanha remota e não se pode esperar nada para além do que um abrigo local tem para oferecer, no entanto todo o carinho de quem nos acolhe consegue colmatar muitas noites enrolados em sacos cama em cima de estrados de madeira rústica e banhos frios de alguidar.
Todos os albergues têm o seu encanto e características pessoais pelo que é difícil escolher um. 
No entanto o mais marcante pelo percurso e dificuldade em alcançar, pela altitude e beleza de entre todos foi o Rifugio Nuvolau - Belluno Dolomiti Veneto Italia - mt.2575







No que diz respeito às refeições são muito semelhantes nos diversos refúgios não só por ser a mesma região como por ser zona montanhosa sendo que as refeições são calóricas para que consigamos percorrer tamanhas distâncias, as vicissitudes do clima ou quaisquer imponderáveis que possam surgir em local tao inóspito e distante.
Refiro também o Rifugio Ücia Lavarella - Schutzhütte- Munt de Fanes mt.2050, não só por pelo jantar (canederli  gulasch, polenta e formaggio alla piastra) mas também a destacar o inovador espaço de apoio aos caminhantes não só de relaxamento como de tratamento das roupas e calçado. 
Saliento que devemos ir equipados de forma a não sermos surpreendidos por algum percalço da natureza ou descuido no percurso, na mochila tipo 20 litros não deverá faltar roupa adequada à época tendo presente algum agasalho mais quente, botas e meias, os bastões de montanha, óculos de sol, cantil e pastilhas para purificação água, barras proteicas e frutos secos, lençol  cama, mapas locais, medicamentos  e por precaução  um powerbank para o telemóvel.






Para finalizar refiro que há muito esperava realizar esta experiência inolvidável onde se comunga com os nossos companheiros de viagem uma paz interior brutal que nos eleva a mesma altura dos píncaros que rasgam os céus.
A frescura dos regatos e dos vales verdejantes  o maciço inóspito e a visão daquelas montanhas cuja força esmagadora nos faz perceber que somos apenas meros espectadores de tamanha grandiosidade, o sorriso e solicitude de quantos como nós percebemos também partilharem da mesma vontade e desejo de envolvidos no meio da natureza, verdadeiramente nos encontrarmos.



Um beijo e até a nossa tão desejada viagem.
Nuno Moreira


Todas as fotos são da autoria de Nuno Moreira. Espero que esta partilha de momentos, vivências e imagens reais e cheias de beleza, seja para vocês o que foi para mim, uma inspiração.

Vai viajar? Leve viagem!
Celine

sábado, 30 de março de 2019

A caminho da China - cuidados de saúde em viagem


China
Capital – Pequim
Território - 9 596 961 km² é o maior país da Ásia Oriental. A China tem uma fronteira terrestre de 22.117 km, a maior do mundo, fazendo fronteira com 14 países.
População - 1,38 bilhão de habitantes, o país mais populoso do mundo
Língua – Mandarim
Tempo médio de voo Portugal – China: 11.30h
Sistema de Cuidados de Saúde: O Ministério da Saúde, juntamente com os gabinetes provinciais de saúde, supervisiona as necessidades médicas da população chinesa. A ênfase na saúde pública e na medicina preventiva tem caracterizado a política de saúde do país desde 1950. O sistema de saúde chinês tornou-se na maior parte privatizado e experimentou um aumento significativo na qualidade.
Nº de turistas na China: 135 milhões em 2016.
Doenças ou alterações de saúde mais presentes: O país tem vários problemas emergentes de saúde pública, como doenças respiratórias causadas pela poluição do ar generalizada e centenas de milhões de habitantes que são fumadores de cigarros, uma possível epidemia de HIV/AIDS no futuro e o aumento da obesidade entre os jovens urbanos. A grande população do país e suas cidades densamente povoadas levaram a surtos de doenças graves nos últimos anos, como o de SARS (Severe acute respiratory syndrome) em 2003, embora este tenha sido contido com sucesso, ou a Gripe Aviaria H5N1 em 2003, estando neste momento em ativo o vírus H7N9 desde setembro de 2016.
Problemas ambientais: deterioração ambiental e poluição do território e da água (cerca de 300 milhões de chineses não têm acesso à água potável e 40% dos rios do país estavam poluídos por resíduos industriais e agrícolas).
Clima: A China tem um clima dominado principalmente por estações secas e monções húmidas, o que leva a diferenças de temperatura no inverno e no verão. O clima na China é diferente de região para região por causa da extensa e complexa topografia do país.

Vacinas e profilaxia necessárias:
Para ter como destino a China, o que importa validar em relação à vacinação primeiramente o teu esquema vacinal valido no teu pais, de forma a teres as vacinas todas atualizadas. Depois seguir as indicações recomendadas em relação a vacinação internacional como a Hepatite A e a Febre Tifoide (pela sua, contaminação oro-fecal em agua e alimentos e transmissão pessoa-a-pessoa).
Outras vacinas podem ser consideradas, como a vacina da Encefalite Japonesa em caso de viagem prolongada ou em caso de surto na área a ser visitada.
A profilaxia de malária pode estar indicada se a as zonas a visitar incluírem: ao longo da fronteira China-Birmânia (Myanmar) na província de Yunnan e no Condado de Motuo no Tibete.
A vacina da febre-amarela não está incluída nos cuidados pré-viagem na ida a China, a não ser que o país de origem seja endémico de febre-amarela.
Tanto a gripe aviaria H5N1 como a tuberculose pulmonar tem um risco bastante baixo para os viajantes, mas ainda assim está presente.
Os cuidados alimentares e com a água, já se encontram descritos em posts anteriores.
Cuidados pós viagem, caso tenha algum sintoma após o regresso a casa, ou mesmo se esteve doente durante a viagem, no seu regresso consulte o médico, até seis meses após o regresso.

Vai viajar? Leve saúde!
Celine




domingo, 24 de março de 2019

Próximo destino: China com uma convidada especial!


Para este novo post, escolhi uma pessoa que me é muito querida e muito próxima para falar de uma viagem até ao Oriente!
Quem este a conversa sobre viagens, foi a Filipa Oliveira, uma pessoa maravilhosa com espírito aberto e com sentido de amizade em todo o valor!
E juntas fomos até a China, pela nossa conversa, partilha de experiências e até pelas fotos quase estive la de facto.
Espero que este relato seja tão enriquecedor quanto o foi para mim. Filipa, obrigada de coração. As fotos são da autoria da Filipa Oliveira.



Porquê a China como escolha de destino?
A China! Não era a minha viagem de sonho mas transformou-se na minha viagem de sonho e isso só pode ser bom certo?
Nunca tive grande curiosidade em conhecer a China e acredito que o mesmo acontece a muita gente. Sempre me pareceu um país sem grande coisa para oferecer.
A oportunidade de ir à China surgiu por causa da minha cara-metade que tinha de lá ir tratar de umas burocracias. O meu namorado passou grande parte da sua adolescência em Macau e obviamente que ao ouvir falar tanto também fui ficando mais curiosa. Além disso era uma excelente forma de conhecer um pouco de uma parte tão importante da vida dele.
Quando no início ele falou sobre esta ida, assumo que ainda hesitei e colocou-se sobre a mesa a hipótese de eu não ir mas depois a curiosidade foi crescendo... fui vendo vídeos, procurando na Internet e quando me apercebi já não conseguia pensar noutra coisa que não em ir à China.
Quando falo em ir à China temos de ter consciência que a China é um país gigantesco e nas duas semanas que lá estivemos garantidamente não daria para visitar grande coisa portanto antes da viagem o percurso estava devidamente definido: Macau (obviamente), Hong Kong e Yangshuo/Guilin.

Qual foi a altura da viagem?
Fomos em Outubro, para quem conhece considera que é a altura melhor já afastada do calor abrasador mas ainda sem chuvas torrenciais e tufões. Ainda assim apanhamos muito calor nesta altura e uma humidade difícil de suportar.

Fala um pouco sobre os teus melhores momentos da viagem, do que queres partilhar.
Da viagem guardo obviamente muitas recordações fantásticas. Sítios onde toda a gente deveria passar pelo menos uma vez na vida, experiências únicas. Recordo com particular saudade do jardim do Lou Lim Leoc. É um jardim não muito grande mas cheio de paz e tranquilidade no meio de Macau. Adorei o local.
Em Hong Kong é absolutamente imperdível fazer a viagem de barco até Kowloon. A viagem é rápida, apanha-se o barco no centro de Hong Kong e a viagem em si vem acompanhada com a mais bela paisagem sobre Hong Kong.
Quando decidimos viajar até Yangshuo estávamos muito curiosos em relação ao Li River e em relação às fantásticas montanhas que acompanham o rio. Devo dizer que a viagem no barco de bamboo no rio Li é aquele momento que mais me marcou de toda a viagem e que por mais fotografias que veja nenhuma delas é representativa da beleza daquele cenário.

Relativamente ao alojamento durante a viagem, como correu?
O alojamento em Macau foi simples porque ficamos em casa de amigos. Em Hong Kong o alojamento é complicado. Qualquer coisa mesmo com más condições é caríssima portanto o equilíbrio entre a qualidade da oferta e o preço da mesma é difícil de atingir.
Em Yangshuo ficamos num hotel muito engraçado chamado Yangshuo C. Source west street residence. O hotel fica mesmo no centro de Yangshuo o que na altura nos pareceu muito prático mas hoje eventualmente teríamos optado por ficar num hotel nas montanhas. O centro de Yangshuo pode ser demasiadamente barulhento e intranquilo, além disso perde-se a magia da zona mais “rural” onde estávamos.
Quanto ao hotel, é de facto um sítio muito bom, quarto com ótimas condições, funcionários que conseguem arranhar o Inglês, algo que muito jeito nos deu. Além disso eram incansáveis a ajudar na organização de passeios ou atividades.

Tendo em conta a diversidade e toda a diferente gastronomia, qual a melhor refeição?
A melhor refeição foi em Hong Kong sem dúvidas. Hong Kong tem a mais variada oferta, para todos os gostos e para todas as carteiras. Durante a nossa estadia comemos quase sempre comida Chinesa por vários fatores, primeiro porque faz sentido comer o que lá se come de forma a ter uma vivência mais aproximada da real, segundo porque a comida chinesa é de facto muito boa e terceiro porque é significativamente mais barata.
Já tínhamos procurado restaurantes na preparação da viagem, de forma a não irmos às cegas. Um deles foi o “Dim Sum Square”. Almoçamos lá no primeiro dia em Hong Kong e foi uma refeição excecional. Comemos DimSum mas todos eles maravilhosos, frescos. Acompanhamos com chá (como o tradicional) e no final pagamos 12€ (para 3 pessoas). Quão fantástico não é isto??


Quanto à saúde em viagem, que preparativos fizeram?
Não fui a consulta do viajante, não consegui agendamento em tempo útil, mas tive o cuidado de saber se haveria necessidade de fazer algum tipo de vacinação, além das recomendações da vacina da Hepatite A e Febre Tifoide (que tinha feito recentemente). Como sou enfermeira por vezes conseguimos validar estas dúvidas com profissionais da área, foi o que fiz. Foi-me dito não haver necessidade de vacinação específica, sendo profissional de saúde tenho o plano nacional de vacinação atualizado o que facilita logo algumas das recomendações vacinais, ficando só com os outros cuidados (não beber água da torneira, não comer gelados, saladas ou legumes não cozinhados, lavar a fruta ou comer sem casca, usar repelente de insetos, hidratação abundante).
Estes cuidados foram seguidos com rigor. Aliás a viagem foi preparada ao pormenor.

Então tudo foi bem planeado e estudado?
Embora adore viajar gosto de o fazer de forma organizada, planeada. Os roteiros para a viagem foram previamente organizados por nós bem como todas as “burocracias”. Entrar na China não é a coisa mais fácil do mundo e portanto tudo foi realizado atempadamente. A Internet foi uma importante fonte de informação para ajudar a organizar o nosso percurso e perceber o que queríamos e não queríamos visitar. Depois de definir o que queríamos visitar, a parte mais difícil é perceber como nos vamos mover dentro da China. A informação em Inglês é escassa e os sites deles não têm opção em Inglês por exemplo. Para dar o exemplo para comprar bilhetes de comboio tivemos de contratar uma empresa para o fazer por nós (é muito difícil comprar bilhetes para o próprio dia, quase impossível, os bilhetes são colocados à venda 30 dias antes da data e muitas vezes esgotam no próprio dia).
Além do planeamento dos passeios obviamente que também é importante planear a viagem no que respeita a saúde dos intervenientes. Ponderamos fazer um seguro de saúde mas acabamos por não o realizar. Admito que isto me dava algum stress. A possibilidade de precise de cuidados médicos e não ter um seguro para me valer. Em Macau tínhamos conhecidos, alguns dos quais na área da saúde, que nos ajudariam caso fosse necessário.

Fizeram algum kit/estojo de viagem por precaução?
Foi organizado um kit de viagem com medicação essencial para qualquer eventualidade. Deste mesmo kit fazia parte medicação analgésica, um antibiótico, medicação para vómitos/diarreia, um relaxante muscular, uma pomada para picadas de inseto, ligadura, pensos rápidos, um desinfetante alcoólico. Penso que é essencial estar prevenido para qualquer eventualidade, principalmente quando planeamos viajar para zonas menos desenvolvidas e com cuidados de saúde mais precários.

E o clima, como foi a interação?
Tanto Macau como Hong Kong podem ser desafiantes para o viajante do ponto de vista das condições climatéricas. A poluição extrema torna o ar por vezes difícil de respirar já para não falar na humidade relativa elevadíssima e temperaturas também elas elevadas.
Em Yangshuo o clima foi mais ameno e mais fácil de ser gerido.
Em Macau/Hong Kong os principais cuidados que tivemos passaram pela proteção individual com roupas frescas e largas, uso de chapéu e óculos de sol. Uso diário de protetor solar e a sua renovação ao longo do dia. A hidratação abundante, rapidamente fomos percebendo que mesmo assim não era suficiente para fazer face aos líquidos que perdíamos diariamente.

Como lidaram com essa alteração?
Eles usam muito soluções para hidratação com iões que no início nós desdenhávamos mas depois percebamos que de facto nos ajudava a compensar as perdas e melhorava as dores nas pernas, caimbras e o cansaço.
O uso de transportes públicos em detrimento de grandes caminhadas também foi algo que tivemos de começar a fazer bem como pausas varias principalmente nas horas de maior calor. Os transportes públicos, os restaurantes e lojas estão devidamente preparados para o calor oferecendo sempre ar condicionado que sabe muito bem quando entramos mas que foi o responsável pelas constipações que afectaram todos nós. A verdade é que é impossível não usar o ar condicionado.

O planeamento da viagem e o trabalho envolvido na organização da mesma é compensado pelos locais maravilhosos que conhecemos, as experiências e as vivências que cada viagem nos proporciona.







Espero que tenham adorado essa partilha, as fotos que nos transportam para o exótico que envolve a China e as dicas de saúde em viagem in loco!

Vai viajar? Leve saúde!
Celine

domingo, 17 de março de 2019

Viagens e cuidados com a pele - cuidados pré, durante e pós viagem!


Todas as viagens tem alterações do ambiente circundante, a temperatura – frio ou calor, a humidade, o vento, a exposição solar, até a viagem de avião tem habitualmente efeitos negativos na pele. Cada pele é uma pele, pela sua tonalidade, pela sua história, pelas suas condicionantes.
Exemplo do "pantone" de tons de pele (imagem retirada da internet)

Tenho o diagnostico de eczema atópico severo, sinto realmente estas alterações todas efetivamente na pele, de forma a contornar estas alterações, procuro informações sobre o clima, amplitudes térmicas, a exposição solar (a localização do destino interfere com as horas consideradas nocivas para a exposição solar), as condições a que vou ser exposta por ex piscina, mar, que tipo de água existe a nível sanitário nesse destino. Todos os cuidados de que falo, são indicações que sigo de forma rotineira e sem hesitações para todas as minhas deslocações sejam nacionais ou internacionais.

O facto de ter de viajar pode condicionar toda a tua rotina de hidratação de pele (quando existe) ou dos cuidados de higiene, muitas vezes a tentação de comprar produtos diferentes por existirem em tamanho viagem pode ser uma provocação (tendo em conta a oferta existente no mercado de kit para levares contigo os teus produtos de higiene em formatos e capacidades aceites em avioes, essa deve ser a tua opçao). Assim, isso pode só por si ser agressivo para a sua pele devido a todas condicionantes descritas acima. 

                                                              (imagem retirada da internet)

Se já existe alguma pré-disposição para uma alteração regular da tua pele (eczema, psoríase, rosácea, acne pele seca ou friável…), os cremes/produtos/pomadas devem ser teus companheiros de viagem independentemente do destino.

Começando com a viagem em si, se o meio de transporte escolhido for o avião há que ter cuidados relativamente a hidratação da pele exposta, especialmente cara e mãos, além do contorno dos olhos (muito importante e não deve ser esquecido). A aplicação de uma boa camada do teu creme hidratante a nível da face é fundamental, se for o voo for superior a 6h pode ser necessário reforçar a aplicação do creme de rosto. Ou até utilizar água termal para humidificar o rosto, para combater o ar seco do avião. Não existe o creme fantástico ou mágico, o que usas habitualmente na tua rotina diária (sendo hidratante) é o ideal! Existem diversas marcas no mercado, caras, baratas, de marca branca ou prestigiada, como disse, o que deve ser usado é um bom creme hidratante. Assim como nas mãos uma boa camada de creme hidratante deverá ser eficaz.
A hidratação labial é essencial, um baton hidratante ou balsamo labial deve fazer parte do que segue contigo na cabine (existem companhias aéreas que disponibilizam batons hidratantes em viagem de longo curso, além do reforço de ingestão de água).
Além do que é possível aplicar, é mesmo bastante importante a ingestão de água ao longo de todo o voo.
                                                               (imagem retirada da internet)

E se o meio de transporte for um barco? Naquele cruzeiro há muito desejado, com percursos diferentes e diversas paragens em sítios díspares, os cuidados da pele também devem ser redobrados. Os principais destinos incluem exposição solar ou frio agreste (usar cuidados semelhantes aos descritos para a exposição em aviões).
Quanto ao sol, e isto não só em navios, o uso de protetor solar é obrigatoriamente indicado (sempre 30 min antes da exposição solar), com SPF (Sun Protection Factor) igual ou superior a 15 segundo a Liga Portuguesa contra o Cancro e da Organização Mundial de Saúde. É mesmo isto, abaixo deste SPF o efeito pretendido em relação a proteção da pele relativo à exposição. É importante ter noção de que a aplicação de creme facial com SPF é importante todo o ano, a nossa cara é sempre a área de pele mais exposta todos os dias.
A exposição solar deve sempre ponderada e bem equacionada, além de evitar a exposição solar direta durante o período das 10-16h e que essa exposição seja prolongada. Os chapéus de abas largas e óculos de sol tornam-se acessórios essenciais.

Deixo aqui uma nota a abordar posteriormente: o uso do protetor solar que não são amigos do ambiente em destinos com recifes de corais provocam alterações importantes no meio aquático e bastante prejudicial ao meio ambiente marítimo, existem diversos estudos que apontam o uso continuado dos protetores solares com oxibenzona, provocam o branqueamento dos recifes. Alguns destinos com o Havai, México estão a tentar banir legalmente o uso desses protetores solares.
                                                              (imagem retirada da internet)

O uso de esfoliantes ou sabonetes abrasivos deve ter um uso bastante ponderado (mas ainda assim estamos de ferias, também podemos fazer uma pausa nesse tipo de produtos) antes das idas a piscinas e a praia, podem provocar alterações da derme bastante importantes uma vez que removem a proteção da pele como barreia.

No regresso nada de melhor do que fazer uma rotina de spa, mesmo em casa. E então aqui sim a aplicação de um esfoliante, um bom creme hidratante, uma máscara facial, de mãos, pés, contorno dos olhos e lábios, por ex (neste momento a nível de mercado existem de diversos tipos, valores e marcas para escolha), podendo este tornar-se um ritual de cuidado da pele no regresso de viagem, pode servir também como forma de vigilância de alguma alteração ocorrida em viagem, desde uma queimadura solar, marca/sinal ou presença de micoses.
                                                                (imagem retirada da internet)

Outra nota, neste post ainda não são abordadas possíveis alterações de saúde da pele ou doenças que podem surgir devido à viagem e possibilidade de exposição de algum agente nocivo para este órgão tão complexo e espectacular do corpo humano.

Vai viajar? Leve saúde!

Celine