domingo, 24 de março de 2019

Próximo destino: China com uma convidada especial!


Para este novo post, escolhi uma pessoa que me é muito querida e muito próxima para falar de uma viagem até ao Oriente!
Quem este a conversa sobre viagens, foi a Filipa Oliveira, uma pessoa maravilhosa com espírito aberto e com sentido de amizade em todo o valor!
E juntas fomos até a China, pela nossa conversa, partilha de experiências e até pelas fotos quase estive la de facto.
Espero que este relato seja tão enriquecedor quanto o foi para mim. Filipa, obrigada de coração. As fotos são da autoria da Filipa Oliveira.



Porquê a China como escolha de destino?
A China! Não era a minha viagem de sonho mas transformou-se na minha viagem de sonho e isso só pode ser bom certo?
Nunca tive grande curiosidade em conhecer a China e acredito que o mesmo acontece a muita gente. Sempre me pareceu um país sem grande coisa para oferecer.
A oportunidade de ir à China surgiu por causa da minha cara-metade que tinha de lá ir tratar de umas burocracias. O meu namorado passou grande parte da sua adolescência em Macau e obviamente que ao ouvir falar tanto também fui ficando mais curiosa. Além disso era uma excelente forma de conhecer um pouco de uma parte tão importante da vida dele.
Quando no início ele falou sobre esta ida, assumo que ainda hesitei e colocou-se sobre a mesa a hipótese de eu não ir mas depois a curiosidade foi crescendo... fui vendo vídeos, procurando na Internet e quando me apercebi já não conseguia pensar noutra coisa que não em ir à China.
Quando falo em ir à China temos de ter consciência que a China é um país gigantesco e nas duas semanas que lá estivemos garantidamente não daria para visitar grande coisa portanto antes da viagem o percurso estava devidamente definido: Macau (obviamente), Hong Kong e Yangshuo/Guilin.

Qual foi a altura da viagem?
Fomos em Outubro, para quem conhece considera que é a altura melhor já afastada do calor abrasador mas ainda sem chuvas torrenciais e tufões. Ainda assim apanhamos muito calor nesta altura e uma humidade difícil de suportar.

Fala um pouco sobre os teus melhores momentos da viagem, do que queres partilhar.
Da viagem guardo obviamente muitas recordações fantásticas. Sítios onde toda a gente deveria passar pelo menos uma vez na vida, experiências únicas. Recordo com particular saudade do jardim do Lou Lim Leoc. É um jardim não muito grande mas cheio de paz e tranquilidade no meio de Macau. Adorei o local.
Em Hong Kong é absolutamente imperdível fazer a viagem de barco até Kowloon. A viagem é rápida, apanha-se o barco no centro de Hong Kong e a viagem em si vem acompanhada com a mais bela paisagem sobre Hong Kong.
Quando decidimos viajar até Yangshuo estávamos muito curiosos em relação ao Li River e em relação às fantásticas montanhas que acompanham o rio. Devo dizer que a viagem no barco de bamboo no rio Li é aquele momento que mais me marcou de toda a viagem e que por mais fotografias que veja nenhuma delas é representativa da beleza daquele cenário.

Relativamente ao alojamento durante a viagem, como correu?
O alojamento em Macau foi simples porque ficamos em casa de amigos. Em Hong Kong o alojamento é complicado. Qualquer coisa mesmo com más condições é caríssima portanto o equilíbrio entre a qualidade da oferta e o preço da mesma é difícil de atingir.
Em Yangshuo ficamos num hotel muito engraçado chamado Yangshuo C. Source west street residence. O hotel fica mesmo no centro de Yangshuo o que na altura nos pareceu muito prático mas hoje eventualmente teríamos optado por ficar num hotel nas montanhas. O centro de Yangshuo pode ser demasiadamente barulhento e intranquilo, além disso perde-se a magia da zona mais “rural” onde estávamos.
Quanto ao hotel, é de facto um sítio muito bom, quarto com ótimas condições, funcionários que conseguem arranhar o Inglês, algo que muito jeito nos deu. Além disso eram incansáveis a ajudar na organização de passeios ou atividades.

Tendo em conta a diversidade e toda a diferente gastronomia, qual a melhor refeição?
A melhor refeição foi em Hong Kong sem dúvidas. Hong Kong tem a mais variada oferta, para todos os gostos e para todas as carteiras. Durante a nossa estadia comemos quase sempre comida Chinesa por vários fatores, primeiro porque faz sentido comer o que lá se come de forma a ter uma vivência mais aproximada da real, segundo porque a comida chinesa é de facto muito boa e terceiro porque é significativamente mais barata.
Já tínhamos procurado restaurantes na preparação da viagem, de forma a não irmos às cegas. Um deles foi o “Dim Sum Square”. Almoçamos lá no primeiro dia em Hong Kong e foi uma refeição excecional. Comemos DimSum mas todos eles maravilhosos, frescos. Acompanhamos com chá (como o tradicional) e no final pagamos 12€ (para 3 pessoas). Quão fantástico não é isto??


Quanto à saúde em viagem, que preparativos fizeram?
Não fui a consulta do viajante, não consegui agendamento em tempo útil, mas tive o cuidado de saber se haveria necessidade de fazer algum tipo de vacinação, além das recomendações da vacina da Hepatite A e Febre Tifoide (que tinha feito recentemente). Como sou enfermeira por vezes conseguimos validar estas dúvidas com profissionais da área, foi o que fiz. Foi-me dito não haver necessidade de vacinação específica, sendo profissional de saúde tenho o plano nacional de vacinação atualizado o que facilita logo algumas das recomendações vacinais, ficando só com os outros cuidados (não beber água da torneira, não comer gelados, saladas ou legumes não cozinhados, lavar a fruta ou comer sem casca, usar repelente de insetos, hidratação abundante).
Estes cuidados foram seguidos com rigor. Aliás a viagem foi preparada ao pormenor.

Então tudo foi bem planeado e estudado?
Embora adore viajar gosto de o fazer de forma organizada, planeada. Os roteiros para a viagem foram previamente organizados por nós bem como todas as “burocracias”. Entrar na China não é a coisa mais fácil do mundo e portanto tudo foi realizado atempadamente. A Internet foi uma importante fonte de informação para ajudar a organizar o nosso percurso e perceber o que queríamos e não queríamos visitar. Depois de definir o que queríamos visitar, a parte mais difícil é perceber como nos vamos mover dentro da China. A informação em Inglês é escassa e os sites deles não têm opção em Inglês por exemplo. Para dar o exemplo para comprar bilhetes de comboio tivemos de contratar uma empresa para o fazer por nós (é muito difícil comprar bilhetes para o próprio dia, quase impossível, os bilhetes são colocados à venda 30 dias antes da data e muitas vezes esgotam no próprio dia).
Além do planeamento dos passeios obviamente que também é importante planear a viagem no que respeita a saúde dos intervenientes. Ponderamos fazer um seguro de saúde mas acabamos por não o realizar. Admito que isto me dava algum stress. A possibilidade de precise de cuidados médicos e não ter um seguro para me valer. Em Macau tínhamos conhecidos, alguns dos quais na área da saúde, que nos ajudariam caso fosse necessário.

Fizeram algum kit/estojo de viagem por precaução?
Foi organizado um kit de viagem com medicação essencial para qualquer eventualidade. Deste mesmo kit fazia parte medicação analgésica, um antibiótico, medicação para vómitos/diarreia, um relaxante muscular, uma pomada para picadas de inseto, ligadura, pensos rápidos, um desinfetante alcoólico. Penso que é essencial estar prevenido para qualquer eventualidade, principalmente quando planeamos viajar para zonas menos desenvolvidas e com cuidados de saúde mais precários.

E o clima, como foi a interação?
Tanto Macau como Hong Kong podem ser desafiantes para o viajante do ponto de vista das condições climatéricas. A poluição extrema torna o ar por vezes difícil de respirar já para não falar na humidade relativa elevadíssima e temperaturas também elas elevadas.
Em Yangshuo o clima foi mais ameno e mais fácil de ser gerido.
Em Macau/Hong Kong os principais cuidados que tivemos passaram pela proteção individual com roupas frescas e largas, uso de chapéu e óculos de sol. Uso diário de protetor solar e a sua renovação ao longo do dia. A hidratação abundante, rapidamente fomos percebendo que mesmo assim não era suficiente para fazer face aos líquidos que perdíamos diariamente.

Como lidaram com essa alteração?
Eles usam muito soluções para hidratação com iões que no início nós desdenhávamos mas depois percebamos que de facto nos ajudava a compensar as perdas e melhorava as dores nas pernas, caimbras e o cansaço.
O uso de transportes públicos em detrimento de grandes caminhadas também foi algo que tivemos de começar a fazer bem como pausas varias principalmente nas horas de maior calor. Os transportes públicos, os restaurantes e lojas estão devidamente preparados para o calor oferecendo sempre ar condicionado que sabe muito bem quando entramos mas que foi o responsável pelas constipações que afectaram todos nós. A verdade é que é impossível não usar o ar condicionado.

O planeamento da viagem e o trabalho envolvido na organização da mesma é compensado pelos locais maravilhosos que conhecemos, as experiências e as vivências que cada viagem nos proporciona.







Espero que tenham adorado essa partilha, as fotos que nos transportam para o exótico que envolve a China e as dicas de saúde em viagem in loco!

Vai viajar? Leve saúde!
Celine

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