sábado, 11 de julho de 2020

Saúde do viajante na União Europeia (UE) no contexto da pandemia COVID-19


A saúde do viajante na UE no contexto de pandemia COVID-19 é, mais que nunca uma prioridade para todos, aos que viajam, aos que recebem os viajantes e aos residentes do país de origem quando o viajante regressa a casa. Ou seja, todos nós estamos envolvidos de forma global nesta protecção da nossa saúde.
Desde 1 de julho, os estados membros da UE começaram a levantar as restrições de viagem não-essenciais para a UE de residentes de países como a Argélia, Austrália, Canadá, Geórgia, Japão, Montenegro, Marrocos, Nova Zelândia, Ruanda, Sérvia, Coreia do Sul, Tailândia, Tunísia, Uruguai, China (sujeito à confirmação de reciprocidade). (Os residentes de Andorra, Mónaco, São Marino e Vaticano/Santa Sé são considerados como residentes UE.)
Esta reabertura segura tem em vista que todos possam desfrutar das suas férias, rever a família e os amigos e viajar por qualquer motivo, mantendo a proteção da saúde pública como prioridade. Ou seja, este levantamento relativamente a circulação entre países não invalida qualquer proteção pessoal com o uso de máscara, distanciamento social e frequente lavagem/desinfeção das mãos.
O Re-open UE é um instrumento interativo fornece-lhe as informações necessárias para planear com toda a confiança as suas viagens e férias na Europa, sem descurar a sua saúde e segurança. Pode encontrar aqui https://reopen.europa.eu/pt. 

Sobre o instrumento mesmo sendo de uso intuitivo, é necessário escolher o país do qual se pretende recolher informação, o painel de informações para cada país tem indicações individualizadas, com links para os sites nacionais sobre a COVID e o número de telefone de apoio sobre o COVID, além de indicadores regionais dentro desse país. No campo de viagens (que é representado por um automóvel) tem diversa informação sobre a circulação nesse país, se o país pode ser atravessado ou usado com escala, assim como indicações para cada meio de transporte, fornece informações sobre restrições a residentes fora do espaço europeu e sobre a quarentena e em que casos é necessário. No campo de serviços (representado por uma loja) dispõe também de informação diversa sobre funcionamento de lojas, alojamentos, restaurantes, bares, praias, monumentos e serviços religiosos assim como informações de circuitos turísticos organizados a porta fechada. Por último tem um campo dedicado a saúde (representado por um emblema com uma cruz) que dispõe informação sobre regras de segurança a cumprir em cada país tendo em conta as decisões de cada governo e entidade de saúde responsável de cada país, além de dispor de informação quanto a protocolos de saúde e a tipologia de cobertura medica durante a estadia temporária. Dentro de cada sector os ícones estão sinalizados com a opção de 3 cores: verde (tudo ok), amarelo (com restrições ajustadas que estão devida mencionadas em texto) e vermelho (restrição total).
As informações facultadas, são atualizadas com frequência (devido a isto, algumas traduções são automáticas e nem sempre corresponderam a uma linguagem mais correta de cada idioma), estão disponíveis em 24 línguas.
Enquanto cidadão da UE, se adoecer durante uma estadia temporária noutro país da UE, quer esteja de férias, em viagem de negócios ou a estudar no estrangeiro, tem direito a receber os cuidados médicos necessários nas mesmas condições que as pessoas cobertas pelo sistema de saúde desse país, a EU aconselha os seus residentes a circularem neste território devido a semelhança de cuidados, de prevenção e de promoção da saúde.
Sempre que viajar para o estrangeiro, leve consigo o cartão europeu de seguro de doença, que prova que está coberto pelo sistema de segurança social de um país da UE. É gratuito e fácil de obter. Sobre este assunto encontre informação aqui.
Se não tiver o cartão ou não puder utilizá-lo (por exemplo, se recorrer a um profissional do setor privado), não lhe podem recusar o tratamento, mas poderá ter de pagar os cuidados recebidos diretamente ao prestador e solicitar o reembolso das despesas quando regressar ao seu país.
De forma a ar indicações precisas aos viajantes portugueses para manterem e cuidarem da saúde do viajante na UE neste contexto de pandemia COVID-19, a DGS em articulação com o Ministério dos Negócios Estrangeiros criaram uma linha de apoio +351 217 929 755 e email covid19@mne.pt para reforço da informação e assistência aos viajantes portugueses, principalmente para as situações de dificuldade de regresso ao território nacional ou necessidade de serviços consulares de locais, em países condicionados por medidas de restrição à circulação e atividade relacionadas com o COVID-19.
Os viajantes podem também acompanhar a informação sobre a pandemia a nível mundial (podem selecionar o país do qual pretendem informações, ate sobre as embaixadas e serviços consulares) recorrendo à área de conselhos aos viajantes https://www.portaldascomunidades.mne.pt/pt/conselhos-aos-viajantes. É aconselhável essa consulta durante a estadia, as alterações em relação a pandemia mudam todos os dias no mundo inteiro, assim como a abertura ou encerramento de fronteiras, realização de teste de rastreio a chegada e a obrigação ou não de quarentena.
Cada viajante deve registar-se na aplicação móvel gratuita Registo do Viajante (disponível para Android e IOS) ou no site https://www.portaldascomunidades.mne.pt/pt/registo-do-viajante permitindo ser imediatamente localizado e contactado em caso de emergência.
Cumpra as indicações de cada país a chegada, como o preenchimento de cartões de Localização do Passageiro ou o controlo de temperatura à chegada.
Tendo em conta saúde do viajante na UE no contexto de pandemia COVID-19 no caso de, desenvolver sintomas como tosse e/ou febre, ter estado em contacto com caso de COVID positivo deverá procurar aconselhamento contacte a linha de SNS24 808 24 24 24.
 Vai viajar? Leve saúde!
Celine Machado
Enfermeira, Mestre em Saúde Tropical
Encontra-me em:
Instagram: @saudeemviagem


domingo, 10 de maio de 2020

Viajar numa era de pandemia


Nunca nenhum de nós imaginou este cenário, querer viajar e não poder, por razões de saúde pública global.
Países com fronteiras fechadas, países com imposição de quarentena para a entrada no país, aviões estacionados e não no céu, tudo tão atípico tão ficção científica e ainda assim aqui estamos nós, malas arrumadas, passaportes guardados, cartões de crédito com plafon cheio, porque deixamos de ter destino de chegada. Continuamos na nossa partida.

Não escrevi muito sobre o COVID-19, todas as redes sociais os medias estão recheados de informação, por vezes desinformação, fui partilhando a informação muita vezes só em stories para partilhar a informação mais importante, mais credível e mais adequada.
Como alguns sabem sou enfermeira, não estou na linha da frente, estou na linha esquecida como diz uma amiga e colega minha, mas ainda assim não paramos de fazer o no nosso trabalho como profissionais de saúde e cuidar dos outros e não pude dedicar-me ao blog como gostaria. Rico internacional ano da Enfermagem.




O número de turistas a nível mundial em 2020 vai descer cerca de 60-80% e neste momento 100% dos destinos mundiais tem restrições relativamente a viagens, de acordo com dados da Organização Mundial do Turismo. Estas restrições são as mais severas relacionadas com viagens internacionais da história e até agora nenhum país levantou restrições introduzidas em resposta à crise relacionada com a COVID-19.
Com estas decisões o turismo mostrou o seu compromisso ao colocar as pessoas em primeiro lugar. Este setor também pode liderar o caminho para impulsionar a recuperação. Toda a informação sobre as restrições globais de viagens ajudará a apoiar a implementação oportuna e responsável de estratégias de saída, permitindo que os destinos facilitem ou eliminem as restrições de viagem quando for seguro fazê-lo. 

Desde 30 de Janeiro quando a OMS decretou a COVID-19 Emergência de Saúde Pública e estas restrições tem sofrido alterações, de 217 destinos em todo o mundo:
  - 45% fecharam total ou parcialmente suas fronteiras para turistas
   - 30% suspenderam voos internacionais total ou parcialmente
  -18% proíbem a entrada de passageiros de países específicos de origem ou passageiros que transitaram por destinos específicos
    7% estão a aplicar medidas diferentes, como quarentena ou auto-isolamento por 14 dias e medidas de visto.



O CDC tem um mapa interactivo que mostra as restrições de cada país que deixo aqui disponível https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/travelers/map-and-travel-notices.html, clicando no país que procura informação, aparecem números de casos associados ao COVID-19 desse país, quais as restrições vigentes, indicações como a quarentena e os cuidados a ter face ao vírus (nunca é demais repetir).
A transmissão contínua generalizada da doença respiratória causada pelo novo coronavírus continua a ocorrer globalmente. O CDC recomenda que os viajantes evitem todas as viagens internacionais não essenciais.
As áreas afectadas podem ter um acesso limitado a cuidados de saúde adequados ou equivalentes ao seu país de partida. O seu regresso pode ficar comprometido com o encerramento de fronteiras como já aconteceu em países da união europeia sem aviso prévio, por ex. assim como as companhias aéreas tem vindo a adaptar medidas de cancelamento ou de adiamento dos voos, consoante as indicações de cada governo.




Ainda assim os aeroportos não estão totalmente fechados ou fora de serviço, os viajantes devem evitar o contato com pessoas aparentemente doentes e lavar as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos. Se sabão e água não estiverem prontamente disponíveis, use um desinfetante para as mãos à base de álcool que contenha pelo menos 60% de álcool.
O CDC também recomenda que todos os viajantes internacionais devam cumprir um período de isolamento e ficar em casa por 14 dias após retornar da viagem, monitorizar sua saúde com a medição regular da temperatura e praticar distanciamento social.
Em Portugal, no caso de apresentar sintomas como a febre, tosse ou agravamento de tosse recorrente ligue para a linha SNS24 para poder ser encaminhado e seguido pelas autoridades de saúde da sua região.


Mais que nunca a saúde do viajante deve ser uma consulta a fazer, não por obrigação para sua protecção, para nossa protecção. Deve estar acessível a todos os viajantes e devidamente estruturada a nível nacional.

Voltaremos a viajar e com saúde!
Celine